03809nas a2200301 4500000000100000008004100001260001600042653001800058653003000076653002900106653001600135100001500151700001600166700001600182700002600198700001700224700001800241700001400259700001900273700001500292700001300307245014100320856015300461300001000614490000700624520286200631022001403493 2024 d bElsevier BV10aEpidemiologia10a Hanseníase Multibacilar10aHanseníase Paucibacilar10aMortalidade1 aSantos CKM1 aMiranda MCR1 aJúnior IFS1 ados Santos Júnior VN1 ada Silva ARD1 aFrazão JFDSL1 aCosta LGM1 aGiacometto NMM1 aJustino LT1 aMilki MV00aAnálise Epidemiológica de Mortalidade e Classe Operacional dos Casos Notificados de Hanseníase entre 2014 e 2023 no Estado de Goiás  uhttps://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1413867024000710/pdfft?md5=e7647b57d98c71e7f75e512cf5372495&pid=1-s2.0-S1413867024000710-main.pdf a10-110 v283 a

Introdução: A Hanseníase é uma doença crônica granulomatosa causada pelo Mycobacterium leprae. A Organização Mundial de Saúde a classifica em duas classes operacionais: Paucibacilar (PB) e Multibacilar (MB). A MB é caracterizada por múltiplas lesões, acometimento sistêmico, alta carga bacteriana e maior risco de óbito.

Objetivo: Analisar o perfil epidemiológico associado à classe operacional e à mortalidade por Hanseníase no estado de Goiás entre 2014 e 2023.

Metodologia: Trata-se de um estudo epidemiológico descritivo de base populacional, realizado a partir de dados secundários do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN/DATASUS). Foram analisadas as notificações de Hanseníase no período de 01/01/2014 a 31/12/2023 no estado de Goiás, coletando-se as seguintes variáveis: tipo de saída, classe operacional, sexo, raça, escolaridade e faixa etária. A análise estatística foi realizada no software R Studio 4.3.2 a partir do Teste Qui-Quadrado com simulação de Monte Carlo, considerando um nível de significância de 5%.

Resultados: Goiás registrou um total de 15.362 casos notificados de Hanseníase no período. Eram, em sua maioria, do sexo masculino (60,3%), pardos (57,4%), com ensino fundamental incompleto (42,4%) e idade entre 40 e 59 anos (42%), apresentando mortalidade total de 2%. A classe MB foi a mais prevalente (82,1%), com maior taxa de óbitos (2,27%) em comparação com a classe PB (0,71%) (p < 0,001). A mortalidade foi significativamente maior no sexo masculino (2,33%) em relação ao feminino (1,5%) (p = 0,001), sendo a classe MB mais prevalente entre homens (87,3%) (p < 0,001). A escolaridade apresentou associação com a mortalidade (p < 0,001), sendo que a taxa de óbitos entre analfabetos foi de 4,34% em comparação com 0,14% no ensino superior. Menores níveis educacionais apresentaram maior prevalência da classe MB, com a maior proporção entre analfabetos (89%) (p < 0,001). Em relação à faixa etária, houve diferenças significativas para mortalidade, com taxa de óbitos mais elevada entre idosos acima de 80 anos (10,8%) (p < 0.001), os quais também apresentaram maior prevalência da classe MB (88,6%) (p < 0.001).

Conclusões: Em Goiás, a Hanseníase apresentou taxa de mortalidade de 2%. Homens, analfabetos e idosos apresentaram maior taxa de óbitos e prevalência da classe MB. Os dados apontam para diferenças significativas de mortalidade e gravidade da Hanseníase conforme os perfis epidemiológicos, exigindo intervenções específicas para grupos vulneráveis.

 a1413-8670