03820nas a2200169 4500000000100000008004100001260003000042653001600072653002600088653003600114653001400150100001500164245012500179856009800304300001000402520323800412 2023 d bUniversidade de Brasília10ahanseníase10aadesão ao tratamento10areação adversa a medicamento10a COVID-191 aPereira JF00aImpacto da pandemia da covid-19 sobre a adesão ao tratamento da hanseníase em um hospital público do Distrito Federal uhttp://www.rlbea.unb.br/jspui/bitstream/10482/49158/1/2023_JeanneFernandesPereira_DISSERT.pdf a1-1103 a
A hanseníase é uma doença de notificação compulsória, conhecida pelo alto potencial de incapacitação, sendo considerada um sério problema de saúde pública mundial. Causada pelo Mycobacterium leprae, a doença se manifesta por apresentar lesões na pele e nervos, com diminuição da sensibilidade tátil, térmica e dolorosa. A baixa adesão ao tratamento é responsável pelos focos de transmissão, cura incompleta, resistência terapêutica e aumento de danos irreversíveis aos pacientes. Durante a pandemia do Covid-19, iniciada em 11 de março de 2020 de acordo com a Organização Mundial de Saúde, devido a medidas de isolamento social, vários pacientes evitaram procurar os serviços públicos de saúde. Assim o estudo do tipo transversal teve como objetivo avaliar a adesão e a persistência ao tratamento em paciente com hanseníase acompanhados no Hospital Universitário de Brasília-DF antes e durante a pandemia da Covid-19. Estudamos 71 pacientes, maiores de 18 anos que iniciaram e finalizaram o tratamento da hanseníase entre janeiro de 2018 a dezembro de 2021. A coleta de dados sociodemográficos e clínicos foram realizadas a partir de fichas de acompanhamento e prontuários eletrônico dos pacientes. A adesão ao tratamento foi mensurada a partir do percentual de retirada de medicamentos no ambulatório de Dermatologia do HUB nos 6 primeiros meses para pacientes PB e 12 primeiros meses para pacientes MB. Foram considerados pacientes aderentes aqueles que utilizaram pelo menos 80% do total dos medicamentos preconizados para o tratamento da hanseníase. O estudo mostrou que 90,1% dos pacientes foram aderentes e que 94,3% foram persistentes durante o tratamento. Ao analisar as características sociodemográficas dos pacientes do estudo observamos que 53,5% eram do sexo feminino, quanto a raça tivemos 71,8% pardos e a idade média foi de 44,5 ± 12,9 anos. Ao comparar os grupos de pacientes aderente e não aderentes quanto ao sexo, idade, raça, tratamento anterior, reações adversas, polimedicação, tratamento padrão e episódio hansênico não observamos diferença estatísticas entres eles. Quando comparamos esses grupos quanto a presença de comorbidade, observamos uma maior frequência de comorbidade no grupo não aderente (85,7%) do que aderente (32,8%), com valor de p = 0,0105. Ao analisarmos o impacto da pandemia da COVID-19 sobre a adesão ao tratamento, observamos que os pacientes que iniciaram e finalizara o tratamento durante a pandemia apresentam uma tendência maior em não aderir ao tratamento comparado com o grupo que finalizou o tratamento antes da pandemia. O estudo mostrou que pacientes com comorbidades são menos aderentes e que a pandemia não interferiu na adesão ao tratamento dos pacientes com hanseníase, apesar da predisposição de não adesão durante a pandemia. Mostrando que políticas públicas internas devem ser implementadas na intenção de auxiliar os profissionais de saúde a permanecer os cuidados já existentes e assumir corresponsabilidades para com aqueles pacientes que tendem em não aceitar a doença e o tratamento, evitando a evolução da doença, bem como suas possíveis complicações e transmissão.