04146nas a2200253 4500000000100000008004100001653001500042653001800057653001100075100002700086700002300113700003100136700002100167700002000188700002100208700002400229700002300253700002900276700002000305245013800325856006900463300000800532520335200540 2024 d10aHansenías10aEpidemiologia10aBrasil1 aOliveira Guimarães MF1 aLima dos Santos AC1 ados Santos Guimarães ACO1 aPeixoto Girard B1 aSilva Vieira JS1 aSalles Campos AC1 aPeixoto Medeiros AL1 ade Mello Ritter BF1 ados Santos Cavalcanti JR1 a Mamani Anze JJ00aCaracterização e geoespacialização dos casos notificados de hanseníase nos estados norte e nordeste entre os anos de 2019 a 2023 uhttps://sevenpublicacoes.com.br/REVMEDBRA/article/view/5138/9307 a1-83 a

Introdução: A hanseníase é uma doença infectocontagiosa causada pelo Mycobacterium leprae, acometendo principalmente pele e/ou nervos periféricos. Ela  pode afetar praticamente todos os órgãos e sistemas em que existam macrófagos, exceto o sistema nervoso central. Evolui de maneira crônica, podendo apresentar períodos de agudização denominados reações. É potencial- 40 1 Micobacterioses mente incapacitante e, embora curável, seu diagnóstico causa grande impacto psicossocial, pelos preconceitos e estigmas que a envolvem desde a antiguidade. A OMS define como caso de hanseníase aquela pessoa que apresente uma ou mais das seguintes características: ( 1) lesão(ões) de pele com alteração da sensibilidade; (2) acometimento de nervo(s) com espessamento neural; (3) baciloscopia positiva para M. leprae (no entanto, a baciloscopia negativa não afasta o diagnóstico).

Objectivo: Descrever o perfil epidemiológico das notificações de Hanseníase nas regiões do Norte e Nordeste.

Métodos: Trata-se de um estudo epidemiológico ecológico, com base em dados de casos notificados de Hanseníase no período entre janeiro de 2019 a dezembro de 2023 no Norte e Nordeste, os quais foram coletados do Sistema de Informações de Agravos de Notificação (SINAN), a partir de notificações realizadas pelo serviço de saúde local e armazenadas no programa TABNET. Após a obtenção dos dados, avaliou-se as variáveis: total de casos notificados, unidade de federação de residência, faixa etária, sexo, forma clínica da doença e quantidade de lesões provocadas. Para avaliação dessas variáveis, foram realizadas análises estatísticas e, posteriormente, representadas em gráficos.

Resultados e Discussão: No período selecionado foram notificados 72.430 casos de hanseníase nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, sendo 55.849 casos novos. O maior número de notificações ocorreu em em 2019 (n=22.286) e em 2022 (n=16.095), mas com um declínio significativo em 2023 (n=3.427). A população adulta entre 20 a 59 anos) detém a maioria dos casos (n=46.471) e os indivíduos do sexo masculino foram relativamente mais acometidos (n=42.823) que as mulheres. Além disso, a ocorrência de casos com a manifestação de mais de 5 lesões ( (n=27807) foi a mais comum e a principal forma clínica visualizada foi a dimorfa(n=35.074). Há uma possível deficiência dos meios de diagnóstico da doença e de baixa efetividade das ofertas das ações de vigilância de contatos de hanseníase, uma vez que a redução dos dados registrados em 2023 não condizem com a realidade vivenciada cotidianamente, em que o desconhecimento, a manutenção de estigmas e as falhas operacionais nos cuidados de saúde e na vigilância da hanseníase são, provavelmente, responsáveis pelo subdimensionamento da carga endêmica das regiões Norte e Nordeste.

Conclusão: Os números apresentados pelo DATASUS não condizem com a atual realidade dos pacientes acometidos pela doença, visto que alguns casos estão sendo subnotificados. São necessárias estratégias para educar a comunidade e combater o estigma, sem esquecer, portanto, de melhorias no acesso aos serviços de saúde.