01967nas a2200169 4500000000100000008004100001260003500042653001500077653001500092653001000107653001600117100002300133245009300156856008700249300001000336520145100346 2024 d bUniversidade Federal do Pará 10a Amazônia10aProfilaxia10aLepra10a isolamento1 aCorrêa Vieira ER00aA Cidade dos Lázaros: isolacionismo, políticas públicas e lepra no Pará (1900-1934) uhttps://pphist.propesp.ufpa.br/ARQUIVOS/teses/2024/TESE_Elis%20Regina%20Vieira.pdf a1-2243 a
No final do século XIX e início do século XX, a lepra viveu um processo marcado por um intenso debate que perpassou a etiologia, a terapêutica e a profilaxia da doença. Nesse contexto, existiu um esforço teórico para consolidar a lepra como uma doença causada por um bacilo e transmitida por contágio. Ao mesmo tempo, se a doença era contagiosa e seus meios de transmissão eram incertos, fortaleceu-se a ideia de que o isolamento dos doentes era a única forma de evitar a propagação da moléstia. No Brasil, diversos médicos e intelectuais participaram de uma rede internacional de cientistas que debateram a doença. No mesmo contexto, o movimento sanitarista cobrava que a União ampliasse suas responsabilidades na saúde pública. A profilaxia da lepra foi beneficiada por essas discussões e o Governo Federal começou a implantar diversas leprosarias em parceria com os governos estaduais. Instalada em 1923 e inaugurada oficialmente em junho de 1924, a Lazarópolis do Prata, no Pará, nasceu nesse contexto. Minha tese propõe que os médicos criaram um modelo de isolamento para a Lazarópolis, todavia, a experiência de sujeitos diversos recriaram os sentidos desse isolamento, desafiando o ideal higienista de um lázaro dócil, disciplinado e submisso aos médicos. Desse modo, até mesmo uma instituição entendida como modelo, enfrentava desafios como as fugas e as transgressões às normas estabelecidas.