04024nas a2200169 4500000000100000008004100001260006900042653001800111653002200129653001500151653003500166100001600201245022600217856008400443300001000527520331700537 2024 d bFaculdade de Medicina, Universidade Federal do CearáaFortaleza10aEpidemiologia10adoença de Chagas10aHanseniase10aVigilância em Saúde Pública1 aGarcía GSM00a Integração de ações de vigilância, prevenção e controle de doenças tropicais negligenciadas no SUS: perspectivas epidemiológicas e operacionais para Hanseníase e Doença de Chagas no sudoeste do estado da Bahia uhttps://repositorio.ufc.br/bitstream/riufc/78377/4/2024_tese_gsmgarc%c3%ada.pdf a1-4013 a

A hanseníase é a Doença Tropicais Negligenciada (DTN) com maior potencial de causar incapacidade física e estigma, enquanto a doença de Chagas (DCH) apresenta elevada carga de morbi-mortalidade no Brasil. Objetivo: Analisar os padrões epidemiológicos e operacionais relativos à vigilância, prevenção e controle de hanseníase e DCH em municípios da região sudoeste do estado da Bahia, de 2001 a 2019. Métodos: Pesquisa envolvendo os municípios de Tremedal, Anagé e Vitória da Conquista, de natureza epidemiológica, transversal-analítico, com dados primários e secundários referentes a pessoas acometidas ou sob risco para hanseníase e DCH, incluindo os seguintes sub-estudos: 1) estudo ecológico misto, de base populacional estadual com dados secundários de bases nacionais, com foco nos indicadores de morbimortalidade e operacionais de controle de hanseníase e DCH; 2) Estudo transversal com dados primários de famílias e territórios com ocorrência de hanseníase e DCH, além de Unidades Domiciliares (UD) com presença de triatomíneos; 3) Inquérito entomológico para análise da infestação por triatomíneos e presença de infecção por T. cruzi.; 4) Caracterização de dimensões de vulnerabilidade social e institucional/programática de territórios e famílias com presença de casos de hanseníase, com DCH e profissionais da saúde. Dados analisados com uso do Software Stata 11.2, agrupados por município para cálculo dos indicadores e elaboração das frequências para diferentes variáveis relativas a vulnerabilidades. Resultados: No período de 2001 a 2019, foram notificados 51.468 Casos Novos (CN) da hanseníase no estado da Bahia, série histórica de alta endemicidade da hanseníase, com manutenção de áreas críticas, incluindo os municípios de Anagé (36.96 CN/100 mil hab.) e Tremedal (11.44 CN/100 mil hab.). Em relação à DCH, foi constatado um total de 4,557/20,189,658 (0.02%) Internações Hospitalares (IH) no estado associadas à DCH, 314 (6.9%) com evolução para óbito (letalidade 0.10/100,000 habitantes) e registro de 16,960/1,832,325 (0.93%) declarações de óbito por DCH (5,16 óbitos/100.000 habitantes). O estudo alcançou um total de 208 UDs, 100 em Anagé e 108 em Tremedal. No total, 460 pessoas 9 realizaram exames dermatoneurológico e houve 527 coletas de sangue para testes sorológicos de infecção por T. cruzi, população de elevada vulnerabilidade social, em que 30.9% (142) foram classificadas como não alfabetizadas, 25% (117) tinha como renda familiar menos de um salário mínimo e 54.1% (249) tem acesso ao Bolsa Família. Perfil similar os 7 novos casos de hanseníase e 24 novos casos de DCH. Das 208 avaliadas UDs quanto a presença de triatomíneos, em 11 (5.3%) UDs, verificou-se a presença de triatomíneos no espaço intradomiciliar e em 47 (22,6%) no espaço extradomiciliar. Conclusão: Constatou-se uma clara necessidade de intensificar e qualificar ações de controle destas duas DTNs, partindo da abordagem centrada em domicílios com presença de pessoas com diagnóstico prévio de hanseníase e ou DCH, além da presença dos triatomíneos. Assim, será possível reduzir os distanciamentos entre ações de vigilância e de atenção à saúde em territórios marcados por DTNs.