01880nas a2200205 4500000000100000008004100001653001200042653002300054653001200077653001200089653003200101653001100133100001200144700001300156245008200169856007100251300001200322490000700334520133300341 2018 d10aleprosy10aHansen’s disease10alexicon10asociety10asocio-historical lexicology10aBrazil1 aDores M1 aToledo C00aDe lepra à hanseníase: Uma análise lexicológica de base sócio-histórica uhttp://diacritica.ilch.uminho.pt/index.php/dia/article/view/124/35 a179-2080 v323 a

Este artigo investigou como se deu a concorrência entre as palavras lepra e hanseníase nas décadas de 1970 e 2000. A pesquisa foi realizada em quatro etapas: (1) levantamento das ocorrências das palavras lepra e hanseníase na base digital do Jornal do Brasil; (2) observação do surgimento do neologismo (hanseníase), da sua difusão e do processo de mudança na frequência de uso das palavras; (3) escolha de duas sincronias, uma antes (1970) e outra depois (2000) da inversão da frequência; (4) análise da ocorrência das palavras em 100 textos de cada sincronia. Os dados mostraram que a palavra hanseníase apareceu pela primeira vez no Jornal do Brasil em 1970 – período de origem da reforma sanitária. Em 2000 – ano em que já se falava sobre a cura da doença – a palavra hanseníase ultrapassou a palavra lepra, no corpus. Os resultados alcançados revelaram que houve uma mudança de percepção social da doença no Brasil. A palavra hanseníase surgiu em um momento de luta pelo tratamento de doenças endêmicas. Com a descoberta da cura da doença, o neologismo ganhou força e se encaixou no léxico do português. A partir desses resultados, pretendeu-se mostrar que o estudo do léxico deve considerar fatores linguísticos e sociais, como sugerido pela lexicologia sócio-histórica.