Clusters de alto risco dos casos por Hanseníase na região Nordeste do Brasil: Modelagem espaço-temporal retrospectiva e prospectiva

Hanseníase, ou doença de Hansen, é uma doença granulosa crônica provocada pela bactéria Mycobacterium leprae, que acomete principalmente o sistema nervoso periférico, a pele e o sistema reticuloendotelial. Acometendo pessoas que vivem em comunidades pobres em países tropicais subdesenvolvidos e em desenvolvimento, sendo considerada uma doença tropical negligenciada. Sendo que Brasil foi responsável pelo segundo maior número de casos, ficando atrás apenas da Índia, e através da compreensão dos padrões epidemiológicos e espaciais da hanseníase e sua relação com fatores socioeconômicos é um dos requisitos para o controle efetivo desta doença. Por este motivo este trabalho tem como objetivo avaliar os padrões espaciais e espaço-temporais dos casos de hanseníase na região Nordeste do Brasil, entre os anos de 2001 a 2020. Através um estudo ecológico, baseado em técnicas de análise espacial utilizando dados secundários de casos de Hanseníase notificados no estado do Nordeste. Sendo que em dezenove anos de 2001 a 2020, a região Nordeste do país registrou 29.817 novos casos da doença. Embora a tendência de novos casos de hanseníase tenha apresentado decrescente, muitos municípios ainda são classificados como hiperendêmicos. Diante desses resultados recomendamos que nas áreas consideradas hiperendêmicas sejam implementadas educação em saúde, com o objetivo de conscientizar a população da importância do tratamento nas fazes iniciais da doença, melhorando assim o diagnóstico e o tratamento precoce da doença, podendo assim atingir o controle da doença.

English Abstract:

Leprosy, or Hansen's disease, is a chronic granulomatous disease caused by the bacterium Mycobacterium leprae, primarily affecting the peripheral nervous system, skin, and reticuloendothelial system. It predominantly affects individuals living in poor communities in underdeveloped and developing tropical countries, and is considered a neglected tropical disease. Brazil has been responsible for the second highest number of cases, following only India. Understanding the epidemiological and spatial patterns of leprosy and their relationship with socioeconomic factors is essential for the effective control of this disease. For this reason, this study aims to evaluate the spatial and spatiotemporal patterns of leprosy cases in the Northeast region of Brazil from 2001 to 2020. Through an ecological study based on spatial analysis techniques using secondary data from reported leprosy cases in the Northeast state, the region recorded 29,817 new cases of the disease over the nineteen years from 2001 to 2020. Although the trend of new leprosy cases has shown a decline, many municipalities are still classified as hyperendemic. In light of these results, we recommend implementing health education in areas considered hyperendemic, with the goal of raising awareness among the population about the importance of early treatment, thereby improving early diagnosis and treatment of the disease and achieving control over it.

Spanish Abstract:

La lepra, o enfermedad de Hansen, es una enfermedad granulomatosa crónica provocada por la bacteria Mycobacterium leprae, que afecta principalmente el sistema nervioso periférico, la piel y el sistema reticuloendotelial. Afecta a personas que viven en comunidades pobres en países tropicales subdesarrollados y en desarrollo, y se considera una enfermedad tropical desatendida. Brasil ha sido responsable del segundo mayor número de casos, solo detrás de India, y la comprensión de los patrones epidemiológicos y espaciales de la lepra y su relación con factores socioeconómicos es uno de los requisitos para el control efectivo de esta enfermedad. Por este motivo, este trabajo tiene como objetivo evaluar los patrones espaciales y espacio-temporales de los casos de lepra en la región Nordeste de Brasil, entre los años 2001 y 2020. A través de un estudio ecológico, basado en técnicas de análisis espacial utilizando datos secundarios de casos de lepra notificados en el estado del Nordeste. En diecinueve años, de 2001 a 2020, la región Nordeste del país registró 29,817 nuevos casos de la enfermedad. Aunque la tendencia de nuevos casos de lepra ha mostrado una disminución, muchos municipios aún se clasifican como hiperendémicos. Ante estos resultados, recomendamos que en las áreas consideradas hiperendémicas se implemente educación en salud, con el objetivo de concienciar a la población sobre la importancia del tratamiento en las etapas iniciales de la enfermedad, mejorando así el diagnóstico y el tratamiento precoz, lo que podría lograr el control de la enfermedad.Palabras clave:Lepra;Nordeste de Brasil;Análisis espacial;Series temporales.