Integração da atenção primária à saúde no manejo multidisciplinar da hanseníase: um caminho para o cuidado holístico
Introdução: A hanseníase é uma doença crônica transmissível causada pelo Mycobacterium leprae, afetando principalmente a pele, mucosas e nervos periféricos, sem tratamento, pode levar a complicações graves. Em 2019, foram registrados 202.185 novos casos mundialmente, com 27.864 casos no Brasil, representando 13,8% dos casos globais e 93,1% dos casos nas Américas, segundo a Organização Mundial da Saúde. O artigo ojetiva-se, aprofundar o debate sobre a integração efetiva da Atenção Primária à Saúde (APS) no tratamento multidisciplinar da hanseníase, visando estabelecer um caminho sólido para o cuidado holístico dos pacientes.
Metodologia: Este estudo caracteriza-se como uma revisão integrativa uma revisão da literatura, onde as buscas ocorreram nos bancos de dados: LILACS, SciELO, BDENF e MEDLINE.
Resultados e Discussão: Inicialmente, 598 artigos foram encontrados, após aplicar critérios de inclusão e exclusão relacionados ao tipo de estudo, ano de publicação e integridade dos textos, resultou na seleção de 10 estudos para a análise final. A Atenção Primária em Saúde (APS) é vital na luta contra a hanseníase, mas enfrenta desafios como falhas no sistema de saúde, trabalho em equipe ineficaz e vigilância epidemiológica inadequada. A doença afeta principalmente grupos socioeconômicos vulneráveis, exigindo melhor formação de profissionais de saúde, acesso a tratamentos e estratégias de controle eficazes para erradicar a hanseníase e reduzir o estigma associado. A educação contínua na APS é essencial para um atendimento de qualidade, enfatizando a integralidade e universalidade do cuidado. Desafios como acesso limitado, sobrecarga de trabalho e deficiências estruturais exigem capacitação profissional constante para combater a hanseníase. Intervenções holísticas, como as da Estratégia de Saúde da Família, são cruciais, promovendo educação em saúde e colaboração interprofissional. Uma abordagem mais integrada e menos fragmentada é necessária para fortalecer o sistema de saúde e melhorar a comunicação com os pacientes, superando o estigma e melhorando a adesão ao tratamento.
Considerações finais: A integração da APS no tratamento da hanseníase é crucial para um cuidado holístico que aborda aspectos clínicos, sociais e psicológicos. Desafios como o estigma e a comunicação ineficaz precisam ser superados, e a formação de equipes interprofissionais é vital.
English Abstract:
Introduction: Leprosy is a chronic transmissible disease caused by Mycobacterium leprae, mainly affecting the skin, mucous membranes and peripheral nerves. Without treatment, it can lead to serious complications. In 2019, 202,185 new cases were registered worldwide, with 27,864 cases in Brazil, representing 13.8% of global cases and 93.1% of cases in the Americas, according to the World Health Organization. The article aims to deepen the debate on the effective integration of Primary Health Care (PHC) in the multidisciplinary treatment of leprosy, aiming to establish a solid path for the holistic care of patients.
Methodology: This study is characterized as an integrative review of the literature, where searches took place in the databases: LILACS, SciELO, BDENF and MEDLINE.
Results and Discussion: Initially, 598 articles were found, after applying inclusion and exclusion criteria related to the type of study, year of publication and integrity of the texts, resulting in the selection of 10 studies for the final analysis. Primary Health Care (PHC) is vital in the fight against leprosy, but faces challenges such as failures in the health system, ineffective teamwork and inadequate epidemiological surveillance. The disease mainly affects vulnerable socioeconomic groups, requiring better training of health professionals, access to treatments and effective control strategies to eradicate leprosy and reduce the associated stigma. Continuing education in PHC is essential for quality care, emphasizing the comprehensiveness and universality of care. Challenges such as limited access, work overload and structural deficiencies require constant professional training to combat leprosy. Holistic interventions, such as those of the Family Health Strategy, are crucial, promoting health education and interprofessional collaboration. A more integrated and less fragmented approach is needed to strengthen the healthcare system and improve communication with patients, overcoming stigma and improving treatment adherence.
Final considerations: The integration of PHC in the treatment of leprosy is crucial for holistic care that addresses clinical, social and psychological aspects. Challenges such as stigma and ineffective communication need to be overcome, and the formation of interprofessional teams is vital