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Hanseníase: tratamento e prevenção

Abstract

Introdução: A Hanseníase é uma infecção da pele e dos nervos periféricos causada por Mycobacterium leprae e Mycobacterium lepromatose. É uma importante preocupação global de saúde, mas é amplamente incompreendida. A hanseníase não é altamente contagiosa (ao contrário da crença popular), e um tratamento eficaz está disponível. No entanto, carrega um pesado fardo de estigma. O diagnóstico e o tratamento precoces são necessários para minimizar a probabilidade de danos irreversíveis nos nervos, levando à incapacidade permanente envolvendo as mãos, pés e olhos. Nem todos os pacientes têm acesso à terapia apropriada, e nem todos os países têm infraestrutura adequada para apoiar os esforços de controle. Em todo o mundo, o número de programas dedicados à hanseníase está diminuindo, e a migração internacional está trazendo pacientes com Hansen para quase todas as regiões.

Objetivos: discutir aspectos clínicos da hanseníase em adultos, bem como tratamento e prevenção.

Metodologia: Revisão de literatura a partir de bases de dados da Scielo, da PubMed e da BVS, de abril a junho de 2024, com descritores "leprosy", "clinic", "treatment", "prevention, "adults". Incluíram-se artigos de 2019-2024 (total 23), com exclusão de outros critérios e escolha de 05 artigos na íntegra.

Resultados e discussão: A hanseníase afeta principalmente a pele e os nervos periféricos. O comprometimento dos nervos provoca dormência e fraqueza nas áreas controladas pelos nervos afetados. Os sintomas de hanseníase geralmente só aparecem > 1 ano após a infecção (em média 5 a 7 anos). Assim que os sintomas aparecem, progridem lentamente. Hanseníase tuberculoide (doença de Hansen paucibacilar): lesões cutâneas consistem em uma ou algumas máculas hipoestésicas, centralmente hipopigmentadas, com bordas nítidas e elevadas. O exantema, como em todas as formas de hanseníase, não é pruriginoso. As áreas afetadas por esse exantema ficam dormentes por causa das lesões nos nervos periféricos subjacentes e podem estar muito aumentadas. Hanseníase lepromatosa (doença de Hansen multibacilar): grande parte da pele e muitas áreas do corpo, como os rins, o nariz e os testículos, podem ser afetadas. Os pacientes apresentam máculas, pápulas, nódulos, ou placas cutâneas, que frequentemente são simétricos. A neuropatia periférica é mais grave do que na hanseníase tuberculoide com mais áreas dormentes; certos grupos musculares podem estar fracos. Os pacientes podem apresentar ginecomastia, perder cílios e sobrancelhas. Hanseníase indeterminada (também denominada multibacilar): há características tanto da hanseníase tuberculoide quanto da lepromatosa. Sem tratamento, a hanseníase indeterminada pode se tornar menos grave e mais parecida com a forma tuberculoide ou pode piorar e parecer mais com a forma lepromatosa. Os antibióticos podem interromper a progressão da hanseníase, mas não revertem os danos aos nervos ou as deformidades. Assim, a detecção e o tratamento precoces são de vital importância. Devido à resistência aos antibióticos, são utilizados esquemas com vários fármacos. Os fármacos escolhidos dependem do tipo de hanseníase; a hanseníase multibacilar necessita de esquemas mais potentes e de maior duração que a paucibacilar. Como a hanseníase não é muito contagiosa, o risco de propagação é baixo. Apenas a forma lepromatosa não tratada é contagiosa, mesmo assim a infecção não se propaga facilmente. Mas deve-se monitorar nos contatos domiciliares (especialmente crianças) dos pacientes com hanseníase o aparecimento de sinais e sintomas de hanseníase. Uma vez iniciado o tratamento, a hanseníase não pode ser transmitida.

Conclusão: O tratamento depende da forma da hanseníase, mas envolve esquemas com múltiplos fármacos tipicamente utilizando dapsona, rifampicina e, para multibacilar, clofazimina e, para paucibacilar, dapsona e rifampicina.

Translated Abstract

English abstract:

Introduction: Leprosy is an infection of the skin and peripheral nerves caused by Mycobacterium leprae and Mycobacterium lepromatosis. It is an important global health concern, but it is widely misunderstood. Leprosy is not highly contagious (contrary to popular belief), and effective treatment is available. However, it carries a heavy burden of stigma. Early diagnosis and treatment are necessary to minimize the likelihood of irreversible nerve damage leading to permanent disability involving the hands, feet and eyes. Not all patients have access to appropriate therapy, and not all countries have adequate infrastructure to support control efforts. Worldwide, the number of dedicated leprosy programs is decreasing, and international migration is bringing leprosy patients to almost every region.

Objectives: discuss clinical aspects of leprosy in adults, as well as treatment and prevention.

Methodology: Literature review from Scielo, PubMed and VHL databases, from April to June 2024, with descriptors "leprosy", "clinic", "treatment", "prevention, "adults". Included: articles from 2019-2024 (total 23), excluding other criteria and choosing 05 full articles.

Results and discussion: Leprosy mainly affects the skin and peripheral nerves. Nerve involvement causes numbness and weakness in the controlled areas. by affected nerves. Leprosy symptoms usually only appear > 1 year after infection (on average 5 to 7 years). Once symptoms appear, they progress slowly. some hypoaesthetic macules, centrally hypopigmented, with clear edges and elevated. The rash, as in all forms of leprosy, is not itchy. The areas affected by this rash are numb because of damage to the underlying peripheral nerves and may be greatly enlarged. Lepromatous leprosy (multibacillary Hansen's disease): Much of the skin and many areas of the body, such as the kidneys, nose and testicles, can be affected. Patients present with macules, papules, nodules, or skin plaques, which are often symmetrical. Peripheral neuropathy is more severe than in tuberculoid leprosy with more numb areas; certain muscle groups may be weak. Patients may experience gynecomastia, lose eyelashes and eyebrows. Indeterminate leprosy (also called multibacillary): there are characteristics of both tuberculoid and lepromatous leprosy. Without treatment, indeterminate leprosy may become less severe and more like the tuberculoid form, or it may worsen and appear more like the lepromatous form. Antibiotics can stop the progression of leprosy, but they do not reverse nerve damage or deformities. Therefore, early detection and treatment are vitally important. Due to antibiotic resistance, multidrug regimens are used. The drugs chosen to depend on the type of leprosy; Multibacillary leprosy requires more powerful and longer-lasting regimens than paucibacillary leprosy. As leprosy is not very contagious, the risk of spreading it is low. Only the untreated lepromatous form is contagious, but even then the infection does not spread easily. However, household contacts (especially children) of leprosy patients must be monitored for signs and symptoms of leprosy. Once treatment begins, leprosy cannot be transmitted.

Conclusion: Treatment depends on the form of leprosy, but involves multiple drug regimens typically using dapsone, rifampicin and, for multibacillary, clofazimine and, for paucibacillary, dapsone and rifampicin.

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Type
Journal Article
Author
Maganhin Luquetti C
Maria Eugênia Costa Casagrande
Victória Campos Giongo
Patrícia Gabriela Aquino de Oliveira
Gabriela Ludmyla Pereira Marques
Leonardo Cortes de Aguiar Franco
Deborah Maranhão Cordeiro Tenório
Caroline Alves Tedeschi de Sá
Bruno Cardoso Nelaton
Eduarda Indio da Costa Aguinaga
Beatriz Miraglia Canella
Melissa Gisel Torrez Encinas
Gisele Lavarini da Costa
Ana Carolina Nahhas Scandelari
Gabriel Muniz Manholer
Carla Cristina Maganhin